A razão pela qual devemos usar preto quando vamos a um funeral é horrível
Um funeral é uma cerimônia que acontece para se despedir de uma pessoa que faleceu. A natureza e a composição dos rituais funerários dependem da idade, da cultura, da posição social do falecido e das crenças religiosas da sociedade e, acima de tudo, do afeto em relação à pessoa que faleceu. Os rituais fúnebres, as práticas relacionadas com a morte e o enterro de uma pessoa são bastante específicos da espécie humana.

Essas práticas, intimamente relacionadas às crenças religiosas sobre a natureza da morte e a existência de uma vida posterior, implicam importantes funções psicológicas, sociológicas e simbólicas para os membros de uma comunidade. Um exemplo claro disso é o ato de usar preto para assistir à cerimônia fúnebre, neste artigo iremos explicamos de onde vem essa tradição sombria.

Assim, o estudo do tratamento dado ao falecido em cada cultura proporciona uma melhor compreensão de sua visão da morte e da própria natureza humana. Os rituais e costumes funerários têm a ver não somente com a preparação e a despedida do cadáver, mas também com a satisfação dos parentes e a permanência do espírito do morto entre eles. As diferentes maneiras de se despedir da pessoa falecida variam de acordo com as crenças religiosas. O enterro está associado à adoração de ancestrais ou crenças na vida após a morte.

No entanto, existem também rituais funerários sem crenças religiosas. Em consonância com a corrente ideológica do secularismo, que está ganhando adeptos em muitos países. Os funerais laicos ou funerais civis surgiram nos últimos anos como uma alternativa aos funerais religiosos. Cerimônias funerárias civis geralmente consistem em receber palavras aos participantes, uma reflexão sobre a vida e a morte, algumas palavras sobre o falecido, a leitura de um poema e uma despedida.

Segundo os historiadores, no Egito o funeral era precedido por uma reunião pública: se a vida do falecido tinha sido irrepreensível, o funeral prosseguia, mas por outro lado se a pessoa falecida tivesse tido alguma repreensão, o cadáver era enterrado em uma vala comum chamada Tártaro. Nem mesmo os menos detalhes passavam despercebidos pelo julgamento. Para aqueles que morreram deixando dívidas, nenhum funeral era realizado, até que as pessoas mais próximas do falecido pagassem as dívidas.

Quando morre um judeu, os familiares devem providenciar seu enterro rapidamente. De acordo com as leis mosaicas, o corpo deve ser sepultado logo que for possível, de preferência no mesmo dia da morte e, também, enquanto houver luz natural. O funeral pode durar entre sete e trinta dias, e durante esse tempo, os parentes costumam jejuar, ficar com a cabeça descoberta, ficar descalços e dormir sobre as cinzas cobertas por pêlos.

Nós temos a imagem do luto associada ao uso de roupas pretas, já que a tradição ainda persiste, exceto com a diferença de que antes que o luto fosse mantido por mais de anos do que agora. Mesmo anteriormente, homens nessas circunstâncias, vestiam sua camisa e calças também pretas. Os homens também podiam mostrar sua dor usando um bracelete na manga esquerda, uma lapela ou um botão na jaqueta, claro, na cor preta.

A duração do luto chega a variar de três meses para os parentes mais distantes a dois anos para os parentes mais próximos. Antigamente, a tradição era tão extrema que incluía até mesmo as noivas que iam se casar, o ato de se vestir no dia do casamento com um vestido preto, com a única exceção do véu que era branco.

O luto, como expressão formal de enfrentar a morte, nem sempre respondeu aos mesmos padrões estéticos. A cor preta, uma referência nas culturas ocidentais, é imposta pelo menos desde os tempos da República Romana, um costume que perdura até hoje, apesar de ter sido extinto há muitos séculos. Claramente, muito tem sido escrito sobre o costume do luto na Roma antiga e sua relação com o branco. Assim foi até o segundo século, quando um decreto imperial estabeleceu que a cor branca seria a cor oficial do luto.

Diferentes estudos antropológicos coincidem em apontar como possível origem o medo ancestral dos vivos de serem possuídos pelos espíritos dos mortos. Assim, nos rituais fúnebres, os homens primitivos pintavam seus corpos de preto para evitar que isso acontecesse, crendo que eles estavam camuflados e que a alma do falecido iria encontrar um novo corpo para se estabelecer.

Esta hipótese é corroborada pelo fato de que os habitantes de certas tribos africanas cobrem sua pele com cinzas brancas nos funerais, escondendo assim a cor preta de sua pele à vista dos espíritos. Algo semelhante acontece também na Índia, onde tradicionalmente a cor do luto é branca, em oposição à cor escura de seus habitantes. Além disto, os crentes vodus afirmam que podem conversar com as almas em sofrimento e que os espíritos podem possuir corpos.

Com a descoberta da América e a chegada dos escravos africanos a este continente, essas crenças e rituais religiosos, oriundos do vodu, mesclaram-se à cultura católica, dando vida ao ritual de luto que conhecemos hoje.
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Fotos: Starstock/ Imgur
